O
 goleiro Bruno admitiu nesta segunda-feira aos advogados de defesa que 
escreveu a carta na qual diz a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para 
usar o plano B. O goleiro, no entanto, teria dito que foi mal 
interpretado e o que o plano B seria encerrar a relação de amizade entre
 os dois e não pedir a ele que assumisse a autoria da morte de Eliza 
Samudio.
O defensor Francisco Sinim disse que Bruno negou ter 
qualquer relacionamento amoroso com Macarrão, como chegou a dizer o 
outro advogado do atleta, Rui Pimenta. Para Pimenta, a carta publicada 
pela Revista Veja desta semana deixava claro "o caso de amor" entre os 
dois. "O Pimenta se baseou na tatuagem que o Macarrão tem, mas o Bruno 
deixou claro que a carta queria por fim à amizade entre os dois", 
afirmou Sinim, no início da noite desta segunda-feira. A tatuagem diz: 
"Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor 
verdadeiro".
De acordo com Sinim, o texto apenas reforça a 
conversa que o goleiro teve com policiais quando era trazido do Rio de 
Janeiro para Belo Horizonte, de avião, em julho de 2010, na qual ele 
afirmava que, "se Macarrão tivesse mesmo feito isso (matado Eliza), ele 
estaria traindo uma amizade sincera". "Por isso ele quis encerrar essa 
amizade e escreveu a carta há cerca de um ano", acrescentou o 
criminalista. No entanto, em entrevista a uma rede de televisão, o 
advogado Rui Pimenta voltou a afirmar nesta segunda-feira que Bruno e 
Macarrão tinham um relacionamento amoroso.
Na reportagem, ele 
afirma também que Bruno seria "o parceiro ativo, que gostava de 
introduzir". Disse ainda que Eliza Samudio participava de orgia com os 
dois. A reportagem ligou durante todo o dia para o celular de Pimenta, 
mas ele não atendeu nem retornou aos recados deixados em sua caixa 
postal.
Na carta publicada pela revista, Bruno diz ao amigo que, 
depois de conversar muito com os advogados, eles chegaram à conclusão de
 que "a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B". De 
acordo com a Veja, o plano A seria negar o crime e o B, Macarrão assumir
 a culpa para livrar o goleiro da cadeia. Em nota divulgada na noite 
desta segunda-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou 
que, "nos registros de correspondências enviadas e recebidas por 
detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, não
 consta a carta escrita pelo preso Bruno Fernandes de Souza ao preso 
Luiz Henrique Ferreira Romão, que foi publicada pela revista Veja".
A
 nota diz ainda que, "em oitiva nesta segunda-feira, o próprio Bruno 
disse ter entregado a carta a outro detento da unidade, para que ela 
chegasse até Luiz Henrique Ferreira Romão. Dessa forma, a 
correspondência não passou pelos procedimentos formais de envio de 
cartas". A Secretaria afirma que vai continuar apurando como a carta 
saiu da unidade prisional. O goleiro Bruno, o primo dele, Sérgio Rosa 
Sales e o amigo Macarrão, foram pronunciados por homicídio triplamente 
qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver e 
aguardam a marcação do julgamento.
O ex-policial Marcos Aparecido 
dos Santos, o Bola, é acusado de ser o executor de Eliza - para a 
polícia, mesmo sem o corpo ter aparecido, não há dúvidas de que a modelo
 foi assassinada. Os advogados de defesa já mudaram de versão várias 
vezes. Primeiro, negaram que Eliza estivesse morta. Depois, admitiram 
que isso era fato. Recentemente, ganhou força na defesa a estratégia de 
culpar Macarrão pelo crime, que teria sido cometido "por amor". No 
domingo, o próprio Rui Pimenta disse que "esse era um caso claro de 
amor".
Em junho deste ano, o goleiro recebeu da Justiça de 
Contagem o direito à liberdade condicional referente ao processo em que 
foi condenado, no Rio de Janeiro, por sequestro e agressão de Eliza. 
Porém, não foi solto por conta do mandado de prisão em vigor relativo ao
 inquérito da morte da modelo. A situação de Bruno se complicou após o 
Ministério Público Federal enviar, também em junho deste ano, um parecer
 ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirma que o atleta é 
perigoso e pode influenciar os outros suspeitos do crime.
fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/bruno-admite-ter-escrito-carta-e-nega-rela%C3%A7%C3%A3o-amorosa-com-macarr%C3%A3o